Enquanto no fim do 5° ano do ensino fundamental a taxa de alunos com aprendizado considerado suficiente em português é de 40% e em matemática de 36,3%, no fim do fundamental 2, o percentual cai para 27% em português e 16,9% em matemática.
A razão para bom aluno na 5ª série se "perder" até o 9º ano pode estar na estrutura curricular. "Os bons resultados alcançados no fundamental 1 não encontram um ambiente adequado para prosperar", diz Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação. Para ela, o currículo com muitas matérias pode fazer com que o desempenho do aluno se dilua ao longo dos anos letivos.
A cada
dez alunos, apenas um concluiu o terceiro ano do ensino médio com conhecimento
considerado adequado em matemática em 2011. Os dados são parte do relatório
anual "De Olho nas Metas" feito pelo movimento Todos Pela Educação e
divulgado nesta quarta-feira (6). A análise de dados oficiais mostra que o
ensino médio continua sendo o grande gargalo da educação brasileira.
LEIA MAIS
- Ideb 2011: apenas dez municípios têm educação de país rico nos anos finais do fundamental
- Aluno do ensino médio na escola pública sabe menos que o do fundamental na particular
- Novo currículo do ensino médio poderá ser inspirado no Enem
O ensino
médio foi a única etapa a regredir em relação à prova anterior: o índice de
alunos com desempenho satisfatório em matemática era de 11% em 2009 e ficou em
10,3% em 2011. O relatório usou dados da Prova Brasil e do Saeb (Sistema de
Avaliação da Educação Básica).
No
aprendizado de português, o indicador se manteve estável em 29% – ou seja, sete
de cada dez alunos tiveram desempenho insuficiente.
89,7%
É o percentual de alunos que conclui o 3º ano sem
saber matemática
Para
Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, o fracasso do ensino
médio é fruto da baixa qualidade do aprendizado acumulado no ensino fundamental
e de problemas na estruturação do currículo de aulas.
"No
ensino médio, o aluno já chega com uma defasagem muito grande, por tudo que ele
não aprendeu nos anos anteriores", afirma.
Problema estrutural
Em sua
opinião, a recuperação do estudante do antigo "colegial" depende de
mudanças radicais no programa de aulas. "A estrutura curricular do ensino
médio é muito inchada e fragmentada e o que tem sido feito é só incluir mais
disciplinas", acrescenta.
Segundo a
especialista, essa mudança estrutural depende de investimento na formação
docente. "Os professores não estão preparados para lidar com o estudante
real do ensino médio, que vem das mais distintas classes sociais, com toda essa
defasagem e desestímulo em relação à escola. Os cursos de pedagogia são muito
genéricos e teóricos, muito distantes dessa realidade".
Os professores não estão preparados para lidar com o estudante real do ensino médio. Os cursos de pedagogia são muito genéricos e teóricos
PRISCILA
CRUZ, diretora-executiva do Todos Pela Educação
Enem ainda não teve impacto
A
reformulação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que desde 2009 passou a
selecionar estudantes para vagas em universidades públicas por meio do Sisu
(Sistema de Seleção Unificada) e já servia como critério de seleção para bolsas
do Prouni (Programa Universidade Para Todos), ainda não promoveu uma mudança no
ensino médio, como previu o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.
"O
novo Enem se tornou um estímulo para o aluno concluir no ensino médio porque
abriu perspectivas de entrada na faculdade, mas ainda não induziu nenhuma
transformação
Enquanto no fim do 5° ano do ensino fundamental a taxa de alunos com aprendizado considerado suficiente em português é de 40% e em matemática de 36,3%, no fim do fundamental 2, o percentual cai para 27% em português e 16,9% em matemática.
A razão para bom aluno na 5ª série se "perder" até o 9º ano pode estar na estrutura curricular. "Os bons resultados alcançados no fundamental 1 não encontram um ambiente adequado para prosperar", diz Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos pela Educação. Para ela, o currículo com muitas matérias pode fazer com que o desempenho do aluno se dilua ao longo dos anos letivos.
A cada
dez alunos, apenas um concluiu o terceiro ano do ensino médio com conhecimento
considerado adequado em matemática em 2011. Os dados são parte do relatório
anual "De Olho nas Metas" feito pelo movimento Todos Pela Educação e
divulgado nesta quarta-feira (6). A análise de dados oficiais mostra que o
ensino médio continua sendo o grande gargalo da educação brasileira.
LEIA MAIS
- Ideb 2011: apenas dez municípios têm educação de país rico nos anos finais do fundamental
- Aluno do ensino médio na escola pública sabe menos que o do fundamental na particular
- Novo currículo do ensino médio poderá ser inspirado no Enem
O ensino
médio foi a única etapa a regredir em relação à prova anterior: o índice de
alunos com desempenho satisfatório em matemática era de 11% em 2009 e ficou em
10,3% em 2011. O relatório usou dados da Prova Brasil e do Saeb (Sistema de
Avaliação da Educação Básica).
No
aprendizado de português, o indicador se manteve estável em 29% – ou seja, sete
de cada dez alunos tiveram desempenho insuficiente.
- 89,7%
É o percentual de alunos que conclui o 3º ano sem
saber matemática
Para
Priscila Cruz, diretora-executiva do Todos Pela Educação, o fracasso do ensino
médio é fruto da baixa qualidade do aprendizado acumulado no ensino fundamental
e de problemas na estruturação do currículo de aulas.
"No
ensino médio, o aluno já chega com uma defasagem muito grande, por tudo que ele
não aprendeu nos anos anteriores", afirma.
Problema estrutural
Em sua
opinião, a recuperação do estudante do antigo "colegial" depende de
mudanças radicais no programa de aulas. "A estrutura curricular do ensino
médio é muito inchada e fragmentada e o que tem sido feito é só incluir mais
disciplinas", acrescenta.
Segundo a
especialista, essa mudança estrutural depende de investimento na formação
docente. "Os professores não estão preparados para lidar com o estudante
real do ensino médio, que vem das mais distintas classes sociais, com toda essa
defasagem e desestímulo em relação à escola. Os cursos de pedagogia são muito
genéricos e teóricos, muito distantes dessa realidade".
Os professores não estão preparados para lidar com o estudante real do ensino médio. Os cursos de pedagogia são muito genéricos e teóricos
PRISCILA
CRUZ, diretora-executiva do Todos Pela Educação
Enem ainda não teve impacto
A
reformulação do Enem (Exame Nacional do Ensino Médio), que desde 2009 passou a
selecionar estudantes para vagas em universidades públicas por meio do Sisu
(Sistema de Seleção Unificada) e já servia como critério de seleção para bolsas
do Prouni (Programa Universidade Para Todos), ainda não promoveu uma mudança no
ensino médio, como previu o ex-ministro da Educação, Fernando Haddad.
"O
novo Enem se tornou um estímulo para o aluno concluir no ensino médio porque
abriu perspectivas de entrada na faculdade, mas ainda não induziu nenhuma
transformação
fonte:
http://educacao.uol.com.br/noticias/2012/08/14/apesar-de-crescer-nos-anos-iniciais-ideb-do-final-do-fundamental-e-do-ensino-medio-preocupa.htm
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